Quilo da fava sobe 400% e preço chega a R$ 35 nos supermercados paraibanos
A seca, que já elevou o preço de uma série de produtos
alimentícios, está afetando o bolso também de quem gosta de fava. Em algumas
vendas em Cuité e região, o encarecimento do produto, nos últimos meses, já
chegou a 400%, fato que vem afastando muitos consumidores. O quilo da fava já
superou o preço do quilo da carne. Segundo o presidente da Associação de
Supermercados da Paraíba (ASPB), Cícero Bernardo, a procura pelo item está
escassa, uma vez que o preço da fava está variando entre R$ 30,00 e R$ 35,00.
“A fava já é um produto de baixo giro e, com esse índice de
aumento do valor, o consumo reduziu ainda mais. O problema é que está faltando
oferta de fava na região. Desde setembro, mais ou menos, estamos enfrentando
essa escassez”, afirmou. O valor da fava, que antes da estiagem era de R$ 5,00
a R$ 7,00, subiu em outubro para R$ 15,00 em muitos estabelecimentos da
Paraíba. Agora, até no Mercado Central, o consumidor precisa desembolsar R$ 32,00
por um quilo do produto. “Há oito meses ou um ano é que começou esse
encarecimento. O preço foi subindo devagar até o patamar atual”, explicou o
comerciante Carlos Roberto Rodrigues, que atua na área há 35 anos.
Segundo o vendedor, a saca de 60 kg que ele compra custa
hoje de R$ 1.500 a R$ 1.800, quando antes ficava em torno de R$ 260,00 ou R$
270,00 (variação de até 323%). “Eu sempre vendia fava nos finais de semana, mas
a procura diminuiu demais. Pelo menos está alavancando a venda do feijão preto,
parece que o público está procurando outras opções”, comentou.
O comerciante José Bernardo da Silva, no Mercado Central,
vende fava vermelha, branca e rajada por R$ 30,00 o quilo, vindas do interior
do Ceará. “Nunca tinha ficado caro desse jeito.
Já chegou a uns R$ 12,00, mas dessa vez está caro demais
mesmo, ninguém quer comprar mais”, declarou José, que adquire uma saca de fava
por cerca de R$ 1.600.
Sobre as previsões de queda no preço, Cícero Bernardo
imagina que o consumidor ainda terá de suportar essa situação por algum tempo.
“Temos que torcer para chover no Sertão. Só aí, depois do inverno e após a
safra, é que o produto deverá ser colhido. Isso seria daqui a uns seis ou sete
meses", resumiu.
CuitéPBObline com Hallita Avelar
Category: Curimataú/Seridó
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