O VENDAVAL QUE DEVASTOU CUITÉ - Dinamérico soares
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O VENDAVAL QUE DEVASTOU CUITÉ - Dinamérico soares
Por - Eliel Soares
O vendaval de Cuité Foi algo terrificante Assolou toda a cidade Causou pânico estonteante Desferiu golpe fatal O fenômeno natural Deixou marca lancinante. Tardinha de 28 De dezembro, no finzinho Do tempo 99 O destino atroz, mesquinho Atingiu Cuité nas bases A pior de sua fases Atravessou seu caminho. Era como se as nuvens, Os céus, tivessem rasgados Eram tresloucados trovões E relâmpagos acirrados 13 minutos tempestivos Com 5 de “ ventos vivos” De 70Km exaltados. Chuva de vento... Um evento quase que diluviano Qualquer cientista diria Céu negro, pesado, insano... A população em tragédia Numa dantesca comédia Em plena pane, sem plano. Num raio de 4 Km O vendaval atuou No perímetro urbano Foi onde se acentuou: Prédios, árvores, amuradas... Foram ás centenas tombadas A luz, essa se apagou! Eram as casas cheias d’água E seus tetos desabando Seus moradores em prece E o vento em pressa zoando “ Meu Jesus proteja os seus...” Até a Assembléia de Deus Em parte se arrasando. E outra casa divina, Outra Igreja se partiu Uma antena da ex TELPA Como um disco em vôo sumiu Foi parar, me disse Altino, Lá no sítio de Ascendino Coisa igual alguém já viu? Uma velhinha abriu O oratório centenário Coberto de pucumã E rezou: “ Meu são Genário... me livra, em ti tenho fé...” Ele disse: “ É São Noé Quem resolve esse fadário.” | Foi a resposta do Santo Para a velhinha aflita Que dizia “ Na enxurrada Vou-me embora. Quem evita? Vou sem barca e sem destino Mas Deus não faz desatino No céu, sei, me dará dita”. Em meio a treva molhada Disse uma dona cretina: “ Maridinho, já que o mundo Véi vai virar tricolina Eu quero ser perdoada De uns chifes, de umas “ parada” Que te botei. Ó que sina... O marido aperreado Com a casa se esvaindo. “ Esquece amoremio Estamos mesmo partindo O que eu levei ta levado Depois... Quem não tem pecado...? Olha a parede caindo. A prefeitura E tantos prédios privados Tanta gente em privação E tantos desabrigados A natureza furiosa Fez estraçalhar a rosa Dos ventos pra nossos lados. No dia que se seguiu, A cidade em grande empasse Os diálogos eram assim: “ Fulano como escapasse?” O prefeito, em indoneidade Decretou calamidade Pública para que se salvasse. O município da angústia A que foi submetido E está cavando recursos Com esforço no sentido De amenizar o mal Que causou o vendaval Á nosso Cuité querido. Mas bons ventos soprarão Para nós.. Hão de soprar A tempestade já foi A bonança vai chegar 2000 de brisa e fartura Paz, alegria e cultura Deus nos ventos vai mandar. Acervo: Eliel Soares Cuité – Janeiro de 2000. |
Category: Cuité
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