COLUNA DEMA MACEDO
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Forrós de Plásticos se pelo menos fossem recicláveis.
Por Dema Macedo
O Secretário de Cultura do Governo Estado, cantor e compositor Chico César, com sua declaração “não vamos financiar forró de plástico” termo batizado por Chico César as bandas de forró eletrônico, foi o assunto mais discutido no twitter e na mídia do estado. As declarações foram no mínimo corajosas, tentou amenizar a polêmica, mas Chico manteve a tese.
Certa vez, conversando com Chico César quando o mesmo ainda ocupava a Funjope na Prefeitura da Capital, Eu falei: “Chico, eu gosto de poesias com temas políticos” ele respondeu : "Prefiro as românticas”. Gosto não se discute, se aprecia. É por isso que impor condição de como utilizar o erário no caso da escolha de financiar bandas é no mínimo complicado, precisamente para eventos do porte do São João de Campina Grande.
Se o Orçamento Democrático já estivesse atuando, certamente essa discussão seria mais bem avaliada pelo povo, mesmo já existindo lei estadual que a maior percentagem de recursos públicos para financiar eventos tem que ser aplicado na contratação de bandas de música ou de cantor regional. Até ai tudo bem, mas colocando mais ainda lenha na fogueira antecipada o Diretor da Rádio tabajara o humorista Cristóvão Tadeu postou no seu micro blog: “Se deixar o povo escolher, escolhe merda”.
O problema é que tem muito secretário se achando o “Romário” ou “Neymar” mesmo com apoio do Governador, esquece que a voz do povo é a voz de Deus, concordo em parte com a posição do secretário Chico César, assim como a declaração da Primeira Dama Pâmela Bório no seu twitter " Meu ouvido não é pinico” com alusão as bandas de plásticos. São pessoas que expressam o que querem falar. Faço uma ressalva, o Brasil é de uma cultura diversificada, devemos respeitar as diferenças inclusive as musicais.
Certo que o estado priorize os investimentos em artistas regionais, lamentável que a maior parte do povo não dá valor o que é da terra: Niedson Lua, Alcimar Monteiro, Elba Ramalho, Dejinha, Genival Lacerda, Flávio José entre outros com destaque nacional. A grande maioria da nossa juventude prefere os aviões, calcinha, garota safada daí por diante... a casa é cheia. São outros tempos, as quadrilhas juninas são estilizadas, o casamento matuto está modernizado. Os forrozeiros são verdadeiros bailarinos, a paquera e a conquista de outrora se resume a Ficar. As músicas de sucesso de carnaval não são mais as marchinhas e a cada ano tem uma novidade: Mulher Maravilha, Kika na Latinha e não tem como evitar o consumismo, nossos filhos aprendem com a velocidade que antes nos impedia pela timidez.
Chico César é irreverente sempre foi, esse comportamento apenas como secretário de estado tem que ser reavaliado, antes podia até urinar no palco em pleno show porque era seu show particular. Hoje tem em suas mãos uma grande responsabilidade de focar a cultura popular, isso ele certamente saberá caso o poder não lhe suba a cabeça.
Certo que Ricardo Coutinho, diante da necessidade de escolha pela situação financeira que passa o governo, vai escolher o forró autêntico, que antes mencionei alguns entre muitos artistas não desconhecidos, dando aí a oportunidade para quem sabe surgir novos nomes da terra. A proposta do governo em dá ênfase ao artista da terra, certamente mais barato, não quer dizer que é contra a música, RC, por exemplo, incentiva o Hip Hop e a dança de rua. Isso não significa que o São João em toda a Paraíba deixará de contar com a as calcinhas pretas e os aviões do forró da vida. Basta que as prefeituras contratem e paguem. É preciso entender que esse debate não pode ser repetido, o dinheiro publico pode financiar o que presta ou o que não presta.
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muito bom texto parabens!Acredito que esta luta pela cultura nos fez acordar e discuti algo que tod@s ja conersamos informalmente mais não tinha se tornado algo tão pubico e que so temos a ganhar com esta discução e reflexão sobre nossa identidade cultural!
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